Vista geral da Urbanização
Graças à experiência no trabalho de implantação da cidade de Palmas, Tocantins, fui convidado, em meados de 2008, a elaborar um novo Plano de Urbanização junto à cidade de Boa Vista, capital de Roraima, no extremo norte do Brasil.
Tratava-se de uma extensa área, em torno de 1.800 hectares, parcialmente inundável, situada à margem esquerda do Rio Branco, no lado oposto à capital Boa Vista.
Apesar da magnitude do projeto em termos de área, de infraestrutura, serviços e de população prevista, tratava-se de um empreendimento particular, de um grupo de investidores suíços, proprietários da área.
Trabalho muito complexo, que exigiu proposta de ampla equipe multidisciplinar, bastante oneroso, varias idas à Boa Vista, coordenação de inúmeras reuniões, cerca de um ano de dedicação inicial, pesquisas legais, levantamentos de campo e providencias de praxe neste tipo de projeto.
Tudo começou com o lançamento de um loteamento mal sucedido em termos de projeto, que apresentou problemas gerais de traçado, inundações, etc.;
Avançou pelo convencimento aos proprietários de que o trabalho deveria ser mais abrangente, incluindo uma infraestrutura mais geral em termos viários, de serviços e equipamentos urbanos, numa tentativa de salvar o empreendimento deficiente.
O cliente recusou a proposta global, mas autorizou nossa colaboração na forma da produção da coordenação e produção de elementos e produtos para encaminhamento dos trabalhos.
Assim foram feitos levantamentos físicos (aerofotogramétricos, hídricos, geológicos), analises legais, de viabilidade econômico-financeira, etc. que balizaram as soluções urbanísticas apresentadas em vários seminários.
O desafio inicial foi criar um sistema viário articulado com a única ligação por Ponte à capital Boa Vista na margem direita do Rio Branco e a Rodovia Federal BR 401, que vai em direção à cidade de Bonfim, distante a 120 quilômetros, que faz divisa com a Guiana Inglesa.
Afora o sistema viário era preciso inicialmente sanear a área, bastante inundável e criar um plano diretor capaz de estrutura-la e zoneá-la com as necessidades básicas de equipamentos, serviços e utilidades para uma população estimada em torno de 70.000 moradores.
Assim foram produzidos inúmeros desenhos, que reproduzimos em parte, a fim de disciplinar inicialmente sua infraestrutura, o zoneamento das suas áreas principais, delimitando um triangulo central, com centro administrativo, cultural, de serviços e de lazer nos seus vértices.
Ao longo dos lados desse triangulo iriam de desenvolver as diversas superquadras: residenciais, comerciais e de serviços, segundo projetos de micro parcelamentos específicos, cujos desenhos podem também ser vistos nesta postagem.
A topografia é quase plana, com pequenas ondulações é composta de inúmeros rios, riachos e lagos, meio ambiente que determinou o desenho das quadras, tentando preservar o máximo possível, articulando o sistema viário e garantindo o funcionamento das mesmas.
Nelas estão previstos, alem do sistema viário, todos os equipamentos sociais, como comercio, escolas, cultos, serviços, áreas de lazer, necessários ao cotidiano dos moradores.
A menos da quadra residencial existente, que procuramos recuperar em nível de detalhamento, todos os desenhos ficaram na fase de estudos preliminares, conforme se pode ver nos desenhos apresentados.
Infelizmente o trabalho foi interrompido em 2009, não podendo ser concluído.
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