Quando achava que já havia
contribuído plenamente para a profissão de arquiteto e urbanista eis que surge
uma nova oportunidade, um novo desafio, representado pelo convite de assumir a
Gerencia Regional do CAU/SP em Santos em toda a baixada
.
Abracei essa nova empreitada com
grande expectativa e entusiasmo por representar um reconhecimento e um
coroamento de uma trajetória profissional repleta de desafios e conquistas,
desde os longínquos 50 anos da minha formatura na FAUUSP.
Aceitei por me sentir preparado e
motivado para continuar a levar nossas bandeiras pelo reconhecimento da
Arquitetura e Urbanismo brasileiros de forma autônoma, independente num
Conselho próprio, fruto de uma luta histórica da qual participei.
Sempre estive ao lado dos colegas
que empreenderam essa luta, seja no IAB, seja do Sindicato dos Arquitetos ou
nas permanentes comissões de trabalho ligadas ao tema.
O novo desafio é grande a começar
pela falta de reconhecimento da sociedade brasileira em geral da importância do
trabalho do arquiteto e urbanista, corroborada pela falta de uma cultura política
atrasada que não vê no planejamento urbano e no projeto como instrumentos
importantes para a melhor qualidade de vida nas nossas cidades e nossos
espaços.
A Arquitetura e o Urbanismo têm
uma clara formação humanística e artística que a distingue das demais
profissões técnicas, que além de se preocupar com as questões funcionais e
dimensionais, as transcendem ao agregar valores históricos, sociológicos,
emocionais, etc.
Nos arquitetos, somos preparados
para trabalhar o espaço construído, desde a sua concepção elaboração e
desenvolvimento, seja na escala urbana ou nos interiores e exteriores das
nossas edificações.
É essa condição que garante ao
Arquiteto e Urbanista uma extensa faixa de trabalho ÚNICA E EXCLUSIVA, derivada
da sua longa formação de disciplinas técnicas e humanas.
Não somos contra nenhuma outra
atividade profissional que venha concorrer positivamente para a execução do complexo
trabalho multidisciplinar inerente ao ato de construir nossos edifícios e
cidades.
Somos sim a favor de um exercício
profissional de qualidade e responsável, com boas práticas que preservem a
individualidade das profissões e das suas atribuições especificas, oriundas do ensino
e da formação.
Lamentavelmente ainda permanecem
nos nossas entidades e Conselhos, alguns dos velhos resquícios burocráticos e
corporativos, além da questão do sombreamento profissional que, diferentemente
do dia a dia da atuação real, criam
disputas políticas profissionais estéreis e que atrapalham a defesa saudável da
Arquitetura e Engenharia nacionais de reconhecidas qualidades em nível
internacional.
Sabemos que ainda temos um longo
caminho político pela frente na divulgação do papel do novo Conselho, de
convencimento dos prefeitos e vereadores da importância do cumprimento da nossa
legislação, em visitas e palestras às Instituições de Ensino e da sociedade em
geral para ganharmos visibilidade e credibilidade.
Sabemos também que devemos
continuar lutando em benefício da valorização da Arquitetura, do Urbanismo e do
Ensino, apesar das dificuldades apresentadas e de contarmos com uma pequena
estrutura oficial e ainda do número reduzido de profissionais em relação aos
enormes desafios urbanos e de habitação brasileiros.
Mas estamos confiantes na tarefa.
Arquiteto Edison Eloy de Souza
Gerente da Regional de Santos e Região
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