quinta-feira, 27 de novembro de 2014

TRIBUTO AO AMIGO EURICO PRADO LOPES (1940-1985)


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A você meu amigo
Do sol e do mar
Do ar e do cata-vento
Do cabelo carapinho
Da barba natural
Em desalinho

Do peito rasgado
Do regime forcado
Do amor em descaminho
Da coragem inebriada
Da molecagem safada

Do brilho e das mulheres
Da pesca do marlim
Do ótimo cebiche
Do fetiche ao reunir

Tolerante ao servir
Avesso ao quadrado
Do saber invertebrado

Da politica consciente
Da pesquisa consequente
Da arte não subserviente
Na orla e no continente

A você, meu amigo
Que morreste na praia

Toco flauta e alaúde
Em honra ao talude
Que guardou teu ataúde
Meu abraço amiúde

UM TALUDE QUE DÓI (1985)

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Na ida para a cidade
Vejo um talude abandonado
Que um dia foi gramado.
Isso me dói.

Atrás do talude abandonado
Há um prédio amado
Hoje Centro Cultural
De valor descomunal

Há um ritmo vivo dentro dele
Onde homens dão sentido
Ao seu belo espaço arquitetural
Atrás do talude ex-gramado
Há um prédio animado

Os homens lá dentro trabalham
Na escrita e na tela
Na pauta e no palco
Eles gostam muito dele
Mas se irritam
Com o prédio inacabado.

Isso me dói
Eurico, que me chamava Caloi.

Os carros passam
Indiferentes ao talude
Que guardou seu ataúde.

O talude abandonado
Poderia ser torre residencial
O Chamie não deixou.
E você não quis
Pois Cultura é raiz.

Do verde que cobriria
O talude sesquipedal.

Na volta da cidade
Vejo um talude gelado
Na frente de um prédio adorado,
Como o nosso país

Vejo um prédio abandonado
Como a nossa raiz
A nossa cultura.

Isso me dói
Eurico que me chamava Caloi,
O ultimo não dobrável.

A você, meu amigo
Toco flauta e alaúde
Em honra ao talude
Que guardou teu ataúde

E que me dói,
Profundamente.  


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

sábado, 22 de novembro de 2014

PROJETOS URBANOS EM PALMAS / TOCANTINS


Em Palmas, capital do Estado do Tocantins, estivemos trabalhando de 1989 até 1997, convite do escritório goiano Grupo Quatro, autor do projeto do seu Plano Diretor de Desenvolvimento.
                                                  Plano Diretor de Palmas

Palmas é uma cidade planejada desde seu inicio, construída 30 anos após Brasília, para ser a capital do Estado do Tocantins, resultado da divisão do território de Goiás.

Ela possui um desenho urbano caracterizado por um quadriculado viário, num eixo maior na direção norte e sul, que acompanha a serra a leste e o rio-lago Tocantins a oeste, e outro eixo menor, na direção leste oeste que liga o Rio a serra.

Está estruturada, a partir do centro administrativo, em superquadras residenciais e comerciais, preservando cursos d’água naturais e suas matas ciliares, com preocupações ecológicas.

Nos três primeiros anos ficamos responsáveis pela gerencia do escritório local do Grupo Quatro, na implantação dos primeiros edifícios da capital, bem como acompanhando a implantação da infraestrutura básica da cidade.

Nesse inicio foram construídos o Palácio do Governo, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, a Prefeitura e as Secretarias de Estado, bem como o traçado viário e o inicio do abastecimento de água potável, energia e comunicações.

Nesse período projetamos diversos equipamentos públicos e edificações particulares, como escolas estaduais, o terminal rodoviário central, residências, galpões industriais e centros comerciais.

Foram momentos pioneiros enfrentando as dificuldades inerentes a carência de praticamente tudo, desde os produtos básicos de sobrevivência, de trabalho, de acomodação, a segurança e materiais de construção e mão de obra, etc
.
Após esse inicio e com a mudança do primeiro governo, nos desligamos do Grupo Quatro e passamos a trabalhar de forma autônoma com escritório próprio.

Nesse período tivemos uma atividade bastante intensa tanto em projetos de Arquitetura quanto na área de projetos urbanos, traduzidos em projetos institucionais importantes como a sede do TRE, a Escola Técnica Estadual, mais residências, centro comerciais e notadamente o micro parcelamento de varias Quadras Residenciais e Comerciais.

E importante destacar que essas Quadras Urbanas eram entregues nuas aos arquitetos para criar livremente seu espaço urbano interior, interpretando as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor que fixava seu uso, residencial ou comercial, a densidade prevista de 300 hab/ha, com a dimensão sugerida para os lotes,  a previsão dos equipamentos públicos, como escola, posto de saúde, posto policial, igreja, sistema viário interno e sua amarração ao sistema viário principal da cidade.

Assim tive a oportunidade de projetar 17 (dezessete) dessas quadras, incluindo as residenciais e comerciais, que representou algo em torno de 20% (vinte por cento) da área prevista para o Plano Diretor do núcleo urbano inicial.

São desenhos que revelam uma preocupação de criar espaços de certa forma orgânicos, em contraste com o reticulado geral, buscando garantir as melhores condições ambientais, decorrentes de um lugar muito quente e seco.
 Centralizando os equipamentos públicos, como escola, centro comunitário, posto de saúde e policial. Procurando respeitar a topografia, quase sempre plana e garantir a densidade prevista, que atingia até a 10.000 habitantes por quadra, mesclando lotes individuais com pequenos edifícios de habitação coletiva.
 
O resultado desse trabalho pode ser acompanhado nas imagens a seguir apresentadas, fotografadas em 2005 e extraídas do sistema SIG de acompanhamento da implantação da cidade, existente no site da Prefeitura de Palmas.

As Quadras tem a nomenclatura ligada aos eixos cardeais a partir do centro da cidade, que é a Praça dos Girassóis, sede do governo estadual. Assim, por exemplo, a Quadra ARNO 72, é a Quadra Residencial situada no quadrante Noroeste.

Todas as vistas aéreas apresentadas podem ser também serem vistas no site da Prefeitura de Palmas no sistema SIG.

Junto as imagens de satélite apresentamos o projeto do parcelamento das quadras, com seu sistema viário, a distribuição dos lotes e a localização das áreas institucionais e de comercio.

PROJETOS DE QUADRAS URBANAS EM PALMAS / TO


                              Quadra Residencial ARNO 72



                                                 Quadra Residencial ARNO 61




quinta-feira, 20 de novembro de 2014

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VIVA O TEMPO DOS IPÊS - AGO/SET


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É impossível não se sensibilizar quando eles inundam de cores as nossas ruas e cidades.

São amarelas, brancas, violetas, vermelhas com suas formas delicadas de pequenos cálices. Florescem e caem rapidamente, quando não há mais folhas nas suas árvores, no final de julho e começo de agosto, como um presente do meu aniversario no dia 7/8. As quedas das suas flores parecem suaves gotas de chuva, que transformam o chão numa bela cama colorida. Como o pau Brasil que identificava o pais-colônia, o ipê hoje é considerado oficialmente a árvore nacional brasileira, pelo seu porte, beleza e floração colorida.

Há arvores brasileiras lindas, como o flamboyant, a paineira, a araucária, mas que são difíceis de rivalizar com um ipê amarelo florido.

Como a maioria das espécies sua floração dura pouco, como a dizer aproveitem esse momento fugaz, registrem e retenham minha beleza, na memória, pois só volto no ano que vem.

Em condições meteorológicas normais, sempre é tempo de alguma espécie, seja flor, fruto ou outra espécie vegetal; não só na primavera, como se elas nos quisessem brindar todo o ano com seu colorido, beleza ou alimento.

 Assim são as quaresmeiras e manacás na serra do mar que florescem em abril após os carnavais; são as hortênsias no final do ano; as tulipas em julho e agosto; a flor de maio, as dálias, os amores-perfeitos; os curiosos girasois, que se movimentam permanentemente, num bale permanente, em busca dos raios diretos do sol, para depois perecer rapidamente.

Assim também são as estações próprias das frutas, quando elas são mais frescas e mais baratas. Há pouco tempo, em junho, tivemos o tempo do caqui, do morango, do pinhão, da alcachofra, delicias saborosas.  Agora é a época da amarelinha mixirica ou bergamota para os gaúchos, onde me encontro agora, seja a carioca (a minha preferida) ou ponkan; no fim do ano, época de calor há muita manga, melancia, laranja, jabuticaba. Também nessa época frutificam as uvas de mesa nas suas parreiras e as vinícolas um pouco mais tarde.

As melhores maçãs se colhem no final de marco e abril; Há aquelas que produzem o ano inteiro como a banana em seus vários tipos, rica em potássio, varias laranjas, o abacate,.

Há frutos que lembram nossa infância, difíceis de serem encontrados ou que já sumiram das grandes cidades como pitangas, gabirobas, uvaias, amoras.

Apesar de também serem encontrados em qualquer época do ano os vegetais, sejam verduras ou legumes são melhores e mais baratos nas suas épocas certas de colheitas.
  
Há produtos especiais como o café, o cacau, os chás. O café de consumo universal que somos o maior produtor tem um processo longo de preparação: A colheita dos frutos maduros, as cerejas, acontece de abril e se prolongam até setembro, em colheitas manuais ou em maquinas, em arvores após seu 3º ano de vida; depois disso vem a secagem, moagem e armazenamento até o consumo. 

Já o cacau, lindo fruto cujas amêndoas secas dão origem ao chocolate, colhe-se preferencialmente no verão (setembro a fevereiro), após o 5º ano de vida da árvore

Claro que nos grandes centros, encontramos praticamente todas as espécies o tempo todo, que vem dos centros produtores de climas privilegiados; mas nem sempre tem o melhor sabor e preço, influenciados pelo transporte e colheita precoce.

Apesar de toda a abundância vegetal deste país tropical, gosto de sorver cada fruto, admirar cada flor, sentir cada cheiro e cada sabor, separadamente e cada qual ao seu tempo, como se fosse único, de forma singular, para melhor apreciá-lo e desfrutá-lo. Talvez essa seleta serenidade seja fruto da idade, sei lá.

Vivam os ipês de todas as cores: amarelos, roxos, brancos...

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

PROJETOS E OBRAS EM PALMAS / TO

Em Palmas, capital do Estado do Tocantins, onde estivemos trabalhando de 1989 a 1997, realizamos vários projetos e obras, tanto na Arquitetura de vários edifícios importantes, quanto na área de Urbanismo, elaborando Micro parcelamentos de inúmeras quadras da cidade.
Igualmente é importante destacar também nossa participação na implantação do Plano Diretor de Palmas, como gerente local do escritório do Grupo Quatro de Goiânia, autor do mesmo.
Convém observar as difíceis e precárias condições de trabalho no inicio da implantação desses projetos e obras, pois a cidade iniciada do zero, longe de tudo, não possuía literalmente nada, desde produtos básicos de sobrevivência, a materiais de construção, mão de obra, recursos técnicos, conforto, etc.
Nesta postagem apresentamos somente alguns projetos e obras de Arquitetura ali realizados; Os demais ligados ao Urbanismo ficam para uma nova postagem.
                                               Terminal Rodoviário de Palmas
Rodoviária de Palmas /Detalhe Marquise
Escola Publica de Palmas / Maquete
Escola Publica de Palmas /To
                                       Escola Publica de Palmas  To

Tribunal /Regional Eleitoral Palmas / To - Maquete
Tribunal Regional Eleitoral Palmas / To






Marquise Acesso

Residencia em Palmas / To - Modelo