quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

O que diferenciam as cidades


O QUE DIFERENCIAM AS CIDADES?
Como identificar a cidade e o lugar onde nós estamos?
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Num post anterior abordamos a homogeneidade e uniformização das cidades, fruto da globalização. Agora vamos nos debruçar naquilo que as diferenciam.

Como descobrir ou identificar o que há de próprio e característico nelas, além da homogeneização sofridas pelas metrópoles e cidades globais?

Como se libertar da mesmice urbana, das mesmas soluções e de comportamento humano padronizadas, contrarias à individualidade e a criatividade?

Se dependesse só dos interesses das grandes corporações e capitais internacionais, provavelmente as cidades seriam todas iguais, para serem mais eficientes, econômicas, eficazes, controladas e dominadas como num estado orwelliano moderno.

Em quais aspectos gerais e sinais particulares elas podem se diferenciar, apesar dessa opressão pela homogeneidade, pasteurização e controle? Quais são suas características próprias, que agradam seus habitantes e atraem os turistas?

Acreditamos que inevitavelmente essas diferenças passam por inúmeras características próprias que as tornam únicas, não só nos detalhes, mas na sua essência.
Fatores como seu nível de desenvolvimento científico, econômico e cultural, sua infraestrutura, a sua geografia, seu traçado físico estrutural, a forma de exercer sua mobilidade, o seu dinamismo ou tranquilidade, a sensação de segurança ao caminhar ou se locomover;

 As suas áreas verdes, os seus monumentos históricos, o seu clima, a sua cultura, a sua gastronomia, a sua limpeza, o seu cheiro, (sim, cada cidade tem um próprio) os seus edifícios icônicos, o tipo físico dos seus habitantes, o seu idioma falado e tantos outros particulares são decisivos nessa diferenciação.


Claro que algumas construções icônicas, alguns edifícios especiais e certos predicados naturais ou acidentes geográficos têm um peso significativo na identificação dessas cidades; mas essas não são suas únicas marcas. Há um sem número de outros fatores que contribuem para sua identificação, a influência que elas exercem e a paixão por essas cidades.

Paris não é só a Torre Eiffel e o rio Sena. Londres não só o Parlamento Britânico e o Rio Tamisa. Nova York não é só a estátua da Liberdade e o Central Parque? Roma não é só o Coliseu e o Vaticano. O Cairo não é só suas pirâmides ou os souks. Veneza não é só a Praça São Marcos e os seus canais. Amsterdam não é dó seus canais e bicicletas.

Claro que todos esses edifícios e sítios contribuem para a imagem dessas cidades, e as vezes se confundem com elas de forma reduzida. Mas elas têm muito mais a oferecer.

Felizmente as cidades desenvolvidas como estas conseguem romper essa tentativa de homogeneização globalizada, através das suas geografias privilegiadas, da preservação de seus monumentos construídos, da sua constante renovação, das suas atrações culturais, gastronômicas, da criatividade dos seus habitantes e dirigentes.

Independente das suas mazelas sociais e políticas, pois todas cidades têm as suas, umas mais outras menos, ligadas a desigualdade, a imigração, a xenofobia, a falta de infraestrutura, poluição, mobilidade, sustentabilidade, elas acabam se destacando em algum aspecto de qualidade, civilidade ou  exotismo.


Como não se encantar com a oferta cultural de cidades como Nova York, Paris, São Paulo, Madrid, Lisboa, Florença, Veneza, Atenas, Londres, Ouro Preto,
As belezas naturais do Rio de Janeiro, Machu Pichu, Fox do Iguaçu, Veneza, São Francisco, Chicago, Parati, os glaciares da Patagônia, Lençóis Maranhenses e tantas outras maravilhosas.

Pelo seu traçado Urbanístico original como Brasília, Barcelona, Paris, que acarretam conformações urbanas diferenciadas das geometrias modulares convencionais quadriculadas.

Há cidades, inclusive, que constroem ou recuperam áreas degradadas através de edifícios icônicos, como forma de alavanca-las econômica e culturalmente elevando sua autoestima , como fizeram Seul com seu rio Cheonggyecheon,  Nova York com a High Line, Buenos Aires com Puerto Madero, Bilbao com o Museu Gugheiheim, Medellín e Bogotá com o plano de Bibliotecas Públicas, Rio de Janeiro com  Porto Maravilha, são exemplos exitosos nesse sentido.

Se acrescentarmos as ofertas e iguarias gastronômicas a ampliação é quase infinita, entre a maioria das cidades sempre há um destaque: as italianas com as suas massas e vinhos, as tapas espanholas, os doces árabes e portugueses, as carnes uruguaias, argentinas e gaúchas, as baguetes e pâtisserie francesas, o acarajé baiano e tantas outras que dão água na boca.

A esses fatores materiais é fundamental destacar o elemento humano, aquele que as constrói e mantém e que completa essa diferenciação de maneira indelével. Não falo só dos seus traços físicos diferenciados, apesar de hoje já muito miscigenados.

Como separar a Itália de seus habitantes na forma falar alto, das expressões e de gesticular para se expressar; como não regatear num mercado árabe? Como não se encantar com a educação do povo japonês? Como não ficar esperto para não se enganado num taxi ou num comercio na maioria das cidades turísticas? Como recusar um brinde de vodka de um russo? Um cafezinho brasileiro?

Como se vê, é possível romper com aquelas amarras da globalização que tentam homogeneizar em empobrecer as cidades e seus habitantes, com soluções que revelam inteligência, criatividade. e opções políticas acertadas.

VIVA A DIFERENÇA.  


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