O QUE DIFERENCIAM AS CIDADES?
Como identificar a cidade e o
lugar onde nós estamos?
Num post anterior abordamos a
homogeneidade e uniformização das cidades, fruto da globalização. Agora vamos
nos debruçar naquilo que as diferenciam.
Como descobrir ou identificar
o que há de próprio e característico nelas, além da homogeneização sofridas
pelas metrópoles e cidades globais?
Como se libertar da mesmice
urbana, das mesmas soluções e de comportamento humano padronizadas, contrarias
à individualidade e a criatividade?
Se dependesse só dos
interesses das grandes corporações e capitais internacionais, provavelmente as
cidades seriam todas iguais, para serem mais eficientes, econômicas, eficazes,
controladas e dominadas como num estado orwelliano moderno.
Em quais aspectos gerais e
sinais particulares elas podem se diferenciar, apesar dessa opressão pela
homogeneidade, pasteurização e controle? Quais são suas características próprias,
que agradam seus habitantes e atraem os turistas?
Acreditamos que
inevitavelmente essas diferenças passam por inúmeras características próprias
que as tornam únicas, não só nos detalhes, mas na sua essência.
Fatores como seu nível de desenvolvimento
científico, econômico e cultural, sua infraestrutura, a sua geografia, seu
traçado físico estrutural, a forma de exercer sua mobilidade, o seu dinamismo
ou tranquilidade, a sensação de segurança ao caminhar ou se locomover;
As suas áreas verdes, os seus monumentos
históricos, o seu clima, a sua cultura, a sua gastronomia, a sua limpeza, o seu
cheiro, (sim, cada cidade tem um próprio) os seus edifícios icônicos, o tipo
físico dos seus habitantes, o seu idioma falado e tantos outros particulares
são decisivos nessa diferenciação.
Claro
que algumas construções icônicas, alguns edifícios especiais e certos predicados
naturais ou acidentes geográficos têm um peso significativo na identificação dessas
cidades; mas essas não são suas únicas marcas. Há um sem número de outros fatores
que contribuem para sua identificação, a influência que elas exercem e a paixão
por essas cidades.
Paris não
é só a Torre Eiffel e o rio Sena. Londres não só o Parlamento Britânico e o Rio
Tamisa. Nova York não é só a estátua da Liberdade e o Central Parque? Roma não é
só o Coliseu e o Vaticano. O Cairo não é só suas pirâmides ou os souks. Veneza não
é só a Praça São Marcos e os seus canais. Amsterdam não é dó seus canais e
bicicletas.
Claro
que todos esses edifícios e sítios contribuem para a imagem dessas cidades, e
as vezes se confundem com elas de forma reduzida. Mas elas têm muito mais a oferecer.
Felizmente
as cidades desenvolvidas como estas conseguem romper essa tentativa de
homogeneização globalizada, através das suas geografias privilegiadas, da
preservação de seus monumentos construídos, da sua constante renovação, das
suas atrações culturais, gastronômicas, da criatividade dos seus habitantes e dirigentes.
Independente
das suas mazelas sociais e políticas, pois todas cidades têm as suas, umas mais
outras menos, ligadas a desigualdade, a imigração, a xenofobia, a falta de infraestrutura,
poluição, mobilidade, sustentabilidade, elas acabam se destacando em algum
aspecto de qualidade, civilidade ou exotismo.
Como não se encantar com a
oferta cultural de cidades como Nova York, Paris, São Paulo, Madrid, Lisboa, Florença,
Veneza, Atenas, Londres, Ouro Preto,
As belezas naturais do Rio de
Janeiro, Machu Pichu, Fox do Iguaçu, Veneza, São Francisco, Chicago, Parati, os
glaciares da Patagônia, Lençóis Maranhenses e tantas outras maravilhosas.
Pelo seu traçado Urbanístico
original como Brasília, Barcelona, Paris, que acarretam conformações urbanas
diferenciadas das geometrias modulares convencionais quadriculadas.
Há cidades, inclusive, que constroem
ou recuperam áreas degradadas através de edifícios icônicos, como forma de alavanca-las
econômica e culturalmente elevando sua autoestima , como fizeram Seul com seu
rio Cheonggyecheon, Nova
York com a High Line, Buenos Aires com Puerto Madero, Bilbao com o Museu
Gugheiheim, Medellín e Bogotá com o plano de Bibliotecas Públicas, Rio de
Janeiro com Porto Maravilha, são
exemplos exitosos nesse sentido.
Se acrescentarmos as ofertas e
iguarias gastronômicas a ampliação é quase infinita, entre a maioria das
cidades sempre há um destaque: as italianas com as suas massas e vinhos, as
tapas espanholas, os doces árabes e portugueses, as carnes uruguaias,
argentinas e gaúchas, as baguetes e pâtisserie francesas, o acarajé baiano e
tantas outras que dão água na boca.
A esses fatores materiais é
fundamental destacar o elemento humano, aquele que as constrói e mantém e que
completa essa diferenciação de maneira indelével. Não falo só dos seus traços físicos
diferenciados, apesar de hoje já muito miscigenados.
Como separar a Itália de seus
habitantes na forma falar alto, das expressões e de gesticular para se
expressar; como não regatear num mercado árabe? Como não se encantar com a educação
do povo japonês? Como não ficar esperto para não se enganado num taxi ou num
comercio na maioria das cidades turísticas? Como recusar um brinde de vodka de
um russo? Um cafezinho brasileiro?
Como se vê, é possível romper
com aquelas amarras da globalização que tentam homogeneizar em empobrecer as
cidades e seus habitantes, com soluções que revelam inteligência, criatividade.
e opções políticas acertadas.
VIVA A DIFERENÇA.
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