Nas minhas caminhadas pela orla da praia, uma questão bastante prosaica me chama a atenção.
Porque será que os velhos andam sempre com as mãos para trás? Seja sozinho ou em grupo, lá está ele se locomovendo com as mãos cruzadas, colocadas na parte posterior do corpo. Não importa se ele é baixo ou alto, gordo ou magro, preto ou branco, careca ou de cabeça prateada. Todos se comportam da mesma maneira. Parece um gesto involuntário. Sempre com as mãos pra trás.
Fico intrigado, pois também faço a mesma coisa, sem perceber. É automático, quase instintivo.
Meu neto, quando quer me imitar, caminha com as mãos pra trás, além de fazer um trejeito diferente com o corpo.
O curioso é esse costuma parece estar associado somente aos homens, já que as mulheres não tem esse habito, pois costumam caminhar gesticulando ou rebolando, com ou sem graça.
No geral, parece que as formas de caminhar variam por gênero, idade, cultura, etc., desde que nos tornamos bípedes.
Para caminhar, os homens são mais relaxados enquanto as mulheres parecem que estão sempre desfilando; as crianças não caminham, estão sempre correndo; Há aqueles que andam duros, empertigados; aqueles que andam gingando como se bailassem; há os bêbados que cambaleiam até abraçar postes ou arvores; há os que brincam andando pra trás ou de lado; os que andam à espreita; há os que andam acelerados por que estão sempre atrasados; há os alegres assobiadores; antes eram aqueles que falavam sozinhos; hoje conversam ao celular; há os que caminham pra vender seus produtos; há os turistas que apreciam a paisagem e um sem numero de situações deste mais antigo e gracioso modo de se mover. Ora por necessidade, ora por prazer.
Os casais costumam andar de mãos ou braços dados, quando estão de bem; em culturas orientais os amigos também assim o fazem; já os adolescentes andam soltos, em bando e algazarra.
Os médicos dizem que faz bem para o corpo. Mas eu acho mesmo é que faz bem a alma, que fica alimentada pelos nossos sentidos da visão, do olfato e da audição.
Como é bom e belo caminhar. Caminhemos pois.
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