É impossível não se sensibilizar quando eles inundam de cores as nossas ruas e cidades.
São amarelas, brancas, violetas, vermelhas com suas formas delicadas de pequenos cálices. Florescem e caem rapidamente, quando não há mais folhas nas suas árvores, no final de julho e começo de agosto, como um presente do meu aniversario no dia 7/8. As quedas das suas flores parecem suaves gotas de chuva, que transformam o chão numa bela cama colorida. Como o pau Brasil que identificava o pais-colônia, o ipê hoje é considerado oficialmente a árvore nacional brasileira, pelo seu porte, beleza e floração colorida.
Há arvores brasileiras lindas, como o flamboyant, a paineira, a araucária, mas que são difíceis de rivalizar com um ipê amarelo florido.
Como a maioria das espécies sua floração dura pouco, como a dizer aproveitem esse momento fugaz, registrem e retenham minha beleza, na memória, pois só volto no ano que vem.
Em condições meteorológicas normais, sempre é tempo de alguma espécie, seja flor, fruto ou outra espécie vegetal; não só na primavera, como se elas nos quisessem brindar todo o ano com seu colorido, beleza ou alimento.
Assim são as quaresmeiras e manacás na serra do mar que florescem em abril após os carnavais; são as hortênsias no final do ano; as tulipas em julho e agosto; a flor de maio, as dálias, os amores-perfeitos; os curiosos girasois, que se movimentam permanentemente, num bale permanente, em busca dos raios diretos do sol, para depois perecer rapidamente.
Assim também são as estações próprias das frutas, quando elas são mais frescas e mais baratas. Há pouco tempo, em junho, tivemos o tempo do caqui, do morango, do pinhão, da alcachofra, delicias saborosas. Agora é a época da amarelinha mixirica ou bergamota para os gaúchos, onde me encontro agora, seja a carioca (a minha preferida) ou ponkan; no fim do ano, época de calor há muita manga, melancia, laranja, jabuticaba. Também nessa época frutificam as uvas de mesa nas suas parreiras e as vinícolas um pouco mais tarde.
As melhores maçãs se colhem no final de marco e abril; Há aquelas que produzem o ano inteiro como a banana em seus vários tipos, rica em potássio, varias laranjas, o abacate,.
Há frutos que lembram nossa infância, difíceis de serem encontrados ou que já sumiram das grandes cidades como pitangas, gabirobas, uvaias, amoras.
Apesar de também serem encontrados em qualquer época do ano os vegetais, sejam verduras ou legumes são melhores e mais baratos nas suas épocas certas de colheitas.
Há produtos especiais como o café, o cacau, os chás. O café de consumo universal que somos o maior produtor tem um processo longo de preparação: A colheita dos frutos maduros, as cerejas, acontece de abril e se prolongam até setembro, em colheitas manuais ou em maquinas, em arvores após seu 3º ano de vida; depois disso vem a secagem, moagem e armazenamento até o consumo.
Já o cacau, lindo fruto cujas amêndoas secas dão origem ao chocolate, colhe-se preferencialmente no verão (setembro a fevereiro), após o 5º ano de vida da árvore
Claro que nos grandes centros, encontramos praticamente todas as espécies o tempo todo, que vem dos centros produtores de climas privilegiados; mas nem sempre tem o melhor sabor e preço, influenciados pelo transporte e colheita precoce.
Apesar de toda a abundância vegetal deste país tropical, gosto de sorver cada fruto, admirar cada flor, sentir cada cheiro e cada sabor, separadamente e cada qual ao seu tempo, como se fosse único, de forma singular, para melhor apreciá-lo e desfrutá-lo. Talvez essa seleta serenidade seja fruto da idade, sei lá.
Vivam os ipês de todas as cores: amarelos, roxos, brancos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário